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quinta-feira, 17 de maio de 2012

ENSINANDO BRILLE NO AEE - 2

A semana passada continuei à ensinar Brille a minha aluna que tem deficiência visual (DV), relembramos os pontos da cela Brille e  as letras que já havíamos estudado, acrescentei a letra O (pontos 1,3,5) em seguida. Formamos a palavra - BOCA , pedi a minha aluna que identificasse cada letra, quando conseguiu reconhecê-las pedi que me explicasse os pontos de cada letra identificada, desta forma: que letra é essa? Como você sabe que é a letra que está dizendo? Quando as respostas eram corretas, fazíamos uma festa com aplausos, abraços e gestos de alegria, como bater na  palma da mão  aberta uma da outra. E assim ia incentivando minha aluna a gostar do Braile, como também  que é capaz de ler, só que de forma diferente.Quando não dava as respostas que esperava, retomávamos os pontos da letra em questão as vezes que precisasse até a aluna  aprender os pontos da letra que estávamos estudando. (a repetição é muito importante, o professor não deve se cansar de repetir sempre que for preciso os procedimentos de ensino/aprendizagem, isso faz parte do processo). O código Braille não é tão simples de se aprender como parece, então o professor precisa ser paciente e persistente. Consegui que lesse a palavra que já foi citada e a palavra - CABO - que é o contrário da palavra - BOCA. Estou muito entusiasmada com esse trabalho e acredito que em breve a minha aluna estará lendo através do código Braille. Vou  introduzir a escrita através de bolinhas emborrachadas e celas feitas de papelão ou cartolina. Quando dominar desta forma a leitura e a escrita passaremos para a escrita braille na reglete, que é uma etapa mais complexa, devido aos espaços minúsculos das celas da reglete.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

RESPOSTA PARA JOSY - BENGALA DE BAMBOLÊ


Josy, respondendo a sua pergunta sobre a bengala feita de bambolê.
Fiz a bengala para uma aluna de 6 naos com baixa visão, que só enxergava a luz e vultos, para que se locomovesse com mais segurança na escola e em outros espaços. Essa bengala é própria para criança, é recomendável para as pessoas que ainda não usaram a bengala tradicional. Em um curso que fiz de Dv, aprendi que deve-se fazer essa bengala para as crianças com Deficiência Visual, para depois introduzir a bengala convencional.
Como fiz a bengala: Utilizei um bambolê médio, dobrei-o formando uma ponta, cobri essa ponta com emborrachado (EVA fino) e colei fita para decorá-lo, como o bambolê era preto usei uma fita verde de papel brilhoso. O tamanho do Bambolê deve ser adaptado de acordo com o tamanho da criança para que não fique encurvada. Depois da bengala pronta precisei ensinar a minha aluna a usá-la adequadamente. Coloca-se a bengala na frente e a movimenta para a esquerda e direita descobrindo os espaços de acordo com o movimento que se está fazendo ao se caminhar, é mais ou menos isso.
Josy, espero ter lhe ajudado.
Um grande abraço!

sábado, 5 de maio de 2012

ENSINANDO BRAILLE NO AEE

Este ano estou trabalhando com uma aluna DV (deficiente visual), ela tem Retinopatia da Prematuridade, com visão subnormal no olho único esquerdo. Quando fiz o teste de acuidade visual percebi que só enxergava pontos de luz, cores fortes como preto e vermelho, conseguia determinar vultos, mas não formas. Não conseguiu ver nenhuma letra em tinta, foi testado até a fonte 185. As normas nos esclarecem que se uma pessoa não consegue enxergar até a fonte 36, deverá ser ensinado o código Braille, pois jamais lerá ou escreverá em tinta. A possibilidade de ter livros ou material impresso com fontes maiores que essa é mínima, devido ao volume exagerado que teria que ser esse impresso. Então diante de tudo isso, constatei que para minha aluna o ideal seria aprender o código Braille. Depois da minha avaliação pedi  a opinião da minha coordenadora da Secretaria Municipal de Educação que é Doutora em DV e do Instituto dos Cegos de Natal. Todos concordaram comigo depois de ter avaliado pessoalmente a aluna. Eu já havia feito um curso de Braille há dois anos e estou reaprendendo esse código junto com ela. A primeira coisa que fiz foi fazer o Braille em tamanho grande com cartolina Guache e EVA grosso. Fiz a cela Braille inteira com todos os pontos para primeiro ensinar a localização espacial dos pontos que são (1,2,3,4,5,6), após a aluna aprender os pontos, passamos para a letra A depois a B e estamos na letra C. Ao mesmo tempo tenho trabalhado a sensibilização tátil que é fator muito importante para se aprender o Braille. Tenho usado texturas e formas diferentes para fazer esse trabalho com caixas, tecidos, lixas, material emborrachado, papéis diversos e tudo que eu posso usar para fazer minha aluna tocar, delinear com as mãos para que aprenda a descobrir o mundo com o tato. Uso também histórias e músicas em CDs, para aprimorar a percepção auditiva. Na realidade, quando se trabalha com pessoas com deficiência visual, tem-se que usar todos os sentidos restantes para auxiliar aprendizagem ( tato, olfato, audição). Quando minha aluna estiver dominando o braille grande que construí, passarei para um menor que compramos, até chegar na cela real que é minúscula, feita na reglete. Tenho muita esperança que ela aprenderá logo a ler em Braille. A minha intenção agora é ensinar-lhe palavras dissílabas com as letras que está aprendendo. E antes de Tudo o seu nome. Em breve postarei o alfabeto que construí e relatarei mais avanços, desta minha nova experiência que por sinal estou amando.